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Ex-prefeito Valter Aparecido Pegorer depõe hoje na CPI do Hospital do Coração

O ex-prefeito de Apucarana Valter Aparecido Pegorer (PMDB) prestou depoimento na manhã desta terça-feira (24) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara de Vereadores, que apura supostas irregularidades relacionadas ao Hospital do Coração. A comissão é formada pelos vereadores José Eduardo Antoniassi (PSDB), Mauro Bertoli (PTB) e Aurita Ferreira Bertoli (PT). Os nomes foram definidos através de sorteio. Pegorer solicitou que não fossem feitas imagens suas quando prestava depoimento à CPI, com a porta fechada.

A abertura da comissão foi aprovada por unanimidade na Casa após a leitura de um requerimento encaminhado pelo ex-presidente da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), Satio Kayukawa, que solicitava providência referente ao caso do hospital.

EM 2008 - A obra do Hospital do Coração foi construída pela Fundação Coração Vilela Batista, que tem à frente o médico Randas Vilela Batista. Sua construção teve início em 2008, com prazo para entrada em funcionamento estabelecido em dois anos, porém até hoje não está atendendo à população, conforme a meta inicial.

INSPEÇÃO - Na semana passada, equipes das vigilâncias sanitárias estadual e municipal e membros da CPI da Câmara de Vereadores de Apucarana fizeram uma visita de inspeção às instalações do Hospital do Coração, localizado na região do Lago Jaboti. A comitiva foi vistoriar in loco as condições do prédio, que está proibido de funcionar pela Saúde Pública por supostas irregularidades detectadas na sua construção.

A vistoria foi feita apenas do lado externo, já que o hospital encontra-se fechado. O que a comitiva constatou é que o prédio encontra-se abandonado e sua estrutura está se deteriorando com o tempo. Há móveis e outros equipamentos jogados ao chão, garrafas de cerveja amontoadas pelos cantos, fiações elétricas espalhadas pelo teto, forros quebrados e caindo, além de pássaros mortos por causa de batidas nas vidraças.
Hospital do Coração está abandonado em Apucarana
Foto: Bruno Leonel


Estiveram no local o engenheiro sanitarista da 22ª Regional de Saúde de Ivaiporã, Sérgio Antônio Botaro, indicado pela Secretaria de Estado da Saúde para fazer a inspeção representando o governo do Estado, a farmacêutica Linda Caucabane e a enfermeira Ana Priscila Peres da Cunha, ambas da Vigilância Sanitária da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, além de Nelson Jorge Capelari, técnico em vigilância sanitária, e Aguinaldo Aparecido Ribeiro, superintendente da Vigilância em Saúde, ambos do Município de Apucarana. A vistoria foi solicitada pela CPI.

SEM CONDIÇÕES - O engenheiro sanitarista Sérgio Antônio antecipou que, da forma como está, o Hospital do Coração não tem as mínimas condições de funcionar. Segundo ele, o prédio não atende às determinações da legislação federal para funcionamento de instituições de saúde de alta complexidade. No entanto, ele não quis adiantar que tipo de relatório poderia fazer sobre o espaço físico no momento. “Para se ter um parecer, precisamos de uma vistoria completa e, para isso, teríamos que ter acesso ao interior do  hospital”, disse.
Há móveis e outros equipamentos jogados ao chão, garrafas de cerveja amontoadas pelos cantosFoto: Bruno Leonel


ADEQUAÇÕES - A farmacêutica Linda Caucabane, da 16ª Regional de Saúde, assinalou que para o hospital funcionar o responsável pela obra, o médico Randas Batista, da Fundação Vilela Batista, teria que fazer adequações no prédio, conforme regras específicas contidas na legislação federal. No entanto, o processo se arrasta desde 2011 e até hoje não foram feitas essas adequações. Vale lembrar que a obra foi iniciada em 2008 em área cedida em comodato  pela Acea e parte também do Município.

IRREGULARIDADES - O superintendente de Vigilância em Saúde da Prefeitura, Aguinaldo Aparecido Ribeiro, explica que as irregularidades no Hospital do Coração vêm desde início de sua construção. Ele informa que, quando foi feita a primeira inspeção, o médico dr. Randas já foi notificado sobre as irregularidades e solicitado a ele que fizesse as adequações necessárias. No entanto, nada foi feito. “Têm serviços de alta complexidade que não estão dentro da legislação federal. Se não forem feitas as adequações, não há como colocar o hospital em funcionamento”, afirma.

Fonte: TnOnline
 
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