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Bloqueios elevam preços e cesta básica passa de R$ 1 mil

Segundo levantamento feito em Londrina pela Faculdade Pitágoras, verduras e frutas têm as maiores altas


Lis Sayuri
O tomate foi encontrado em supermercado de Londrina por até R$ 6,75 o quilo
Após sofrer leve retração no mês de janeiro, o preço da cesta básica em Londrina registrou elevação de 9,68% em fevereiro, ultrapassando pela primeira vez a marca de R$ 1 mil para uma família de quatro pessoas. O levantamento, feito mensalmente pela Faculdade Pitágoras, teve início em 2002. Em doze meses, o índice acumulado chega a 20,21%. Todos os produtos apresentaram aumento na pesquisa, fato também inédito.

Para uma pessoa, a cesta básica custou R$ 342,78 no mês passado. As maiores altas foram do tomate (47,33%) e da batata (35,17%), seguidas pelo feijão (8,92%), o leite 7,58% e o óleo (7,22%). O professor Flávio Oliveira dos Santos, responsável pelo levantamento, ressalta que o aumento mensal de quase 10% sofreu influência da paralisação dos caminhoneiros, que fecharam as rodovias em todo o País na semana passada.

"(Os preços) aumentaram acima do normal, além de a pesquisa ter caído numa segunda-feira, dia em que não há promoção", explica Santos. O preço da carne (coxão mole) também sofreu impacto. Mesmo tendo registrado elevação média de apenas 1,23%, não foram encontrados preços promocionais.

"No mês anterior encontramos o quilo sendo vendido a R$ 14,98, mas, neste mês, o mais barato estava R$ 18,98", conta o professor. A orientação para os consumidores é que gastem mais tempo realizando pesquisas em busca de promoções. Adquirindo os produtos mais baratos em cada um dos pontos de venda, a cesta básica para uma pessoa sairia por R$ 307,03 e para a família, R$ 921,09, uma economia de 13,46%.

"A nossa esperança é que assim que passe a greve dos caminhoneiros o preço dê uma recuada; a inflação não é boa para ninguém, especialmente para o trabalhador", destaca Santos. Os outros produtos da cesta tiveram as seguintes variações: açúcar (1,92%), arroz (2,98%), banana (2,70%), café (3,09%), farinha de trigo (3,27%), margarina (6,44%) e pão francês (2,16%).

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) espera a normalização do abastecimento em cerca de 15 dias, caso as estradas permaneçam desbloqueadas. Frutas, verduras, ovos, carne e leite são os produtos mais escassos no Estado.

Inflação

Em visita aos supermercados da cidade ontem a reportagem comprovou a inflação, especialmente no setor de hortifrutis. O tomate foi encontrado por até R$ 6,75, a banana maça por R$ 6,39, a batata por R$ 6,99 e o chuchu por caríssimos R$ 9,58. Os preços nas gôndolas são, em parte, reflexo da elevação na Central de Abastecimento em Londrina (Ceasa).

Segundo informações da gerência local, a caixa de 60kg da batata chegou a custar R$ 350 na sexta-feira; ontem, baixou para R$ 200. O tomate, praticamente inexistente na última semana, era vendido ontem por R$ 60 a caixa de 22 kg. O chuchu que custava R$ 110 caiu para R$ 60 a saca de 22 kg. Atacadistas alegam perdas diárias entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por conta das paralisações.

Bloqueio

Manifestantes voltaram a ocupar a praça de pedágio de Arapongas ontem a noite. Segundo a Viapar, os veículos passavam livremente, no entanto, um dos caminhoneiros participantes disse à reportagem que o objetivo era alternar duas horas de bloqueio das catracas com meia hora de liberação. No Estado, permaneciam bloqueios parciais em rodovias federais de Medianeira, Laranjeiras, Coronel Vivida, Barracão e Chopinzinho.

Fonte: FolhaWeb
 
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