Eles não são vampiros, mas vêm de noite em busca de sangue. Conhecidos como pernilongos, mosquitos do gênero Culex -que atacam principalmente no verão- escolhem suas vítimas pelo cheiro.
Só as fêmeas picam. Quem tem um metabolismo mais acelerado está mais sujeito às picadas. Isso porque as pernilongas rastreiam no ar o CO2 e o ácido lático -substâncias geralmente produzidas em maior quantidade por essas pessoas ou após grande esforço físico.
Ou seja, além de existirem pessoas que atraem menos os pernilongos, há gente que é mordida, mas nem nota.
Não há muito como mudar, via alimentação, a atratividade que se exerce aos pernilongos. Um mito popular aponta que comer alho poderia ajudar, pelo cheiro exalado, a espantar os mosquitos (e talvez também outras pessoas).
Segundo a pesquisadora Maria Anice Sallum, bióloga e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, a quantidade de alho ingerida para que criar esse efeito teria de ser gigantesca.
A espécie mais comum de pernilongos, Culex quinquefasciatus, está presente em todo o mundo, especialmente na região tropical. Em uma cidade como São Paulo, consegue viver e se reproduzir o ano todo, mas, com o calor e a umidade mais alta no verão, a população aumenta muito.
Para reduzir a quantidade de pernilongos em São Paulo, um caminho seria a despoluição do rio Pinheiros e a eliminação de outros focos de água parada com material orgânico. Sem isso, restam as telas, mosquiteiros, inseticidas e repelentes -os modelos que são ligados na tomada são eficientes.
Uma alternativa mais natural para lidar com os mosquitos é o uso da citronela -uma planta aromática- e dos incensos e óleos feitos à base de extratos vegetais. Leandra Metsavaht, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia, porém, alerta que o contato direto desses compostos com a pele pode provocar alergias ainda mais graves que aquela da picada.
A dermatologista diz que o ideal é usar os repelentes comerciais, que já tiveram a segurança atestada.